Você sabe realmente o que dizem os resultados do seu certificador de rede? Entender os dados que ele apresenta é mais do que uma formalidade é o que garante o desempenho real de uma rede estruturada. Neste artigo, vamos aprofundar o uso dos certificadores de rede, desmistificar os parâmetros técnicos e mostrar por que saber “ler” esse verdadeiro raio-X do cabeamento é essencial para qualquer técnico de telecomunicações.
O que é um Certificador de Rede?
O certificador de rede é um equipamento eletrônico que testa o desempenho do cabeamento estruturado conforme normas técnicas internacionais, como ANSI/TIA-568 e ISO/IEC 11801. Diferente dos testadores básicos, os certificadores são capazes de validar a conformidade de uma instalação, identificando falhas e garantindo a capacidade da rede para transmitir dados com eficiência.
Por que usar um Certificador em Instalações?
A certificação de rede é um diferencial profissional. Ela assegura que o cabeamento instalado atende aos requisitos mínimos para suportar aplicações como voz, dados e vídeo com estabilidade e desempenho. Uma instalação sem certificação pode funcionar inicialmente, mas tende a apresentar problemas sérios com o tempo, como:
- Interferências e perdas de sinal
- Conexões intermitentes
- Baixa velocidade de transferência
- Incompatibilidade com equipamentos modernos
Tipos de Certificadores: Qual é o Ideal?
Existem três categorias principais de dispositivos de teste de rede:
- Testadores de Continuidade: Verificam apenas se há conexão entre as extremidades. Baixo custo, mas pouco eficaz para diagnósticos avançados.
- Certificadores de Rede: Validam as normas técnicas e fornecem diagnósticos detalhados. Indispensáveis para empresas e profissionais que garantem desempenho.
- Analisadores de Rede (Qualificadores): Avaliam se a rede pode suportar determinadas aplicações, como VoIP ou streaming, mas não substituem a certificação.
- Modelos populares incluem Fluke Networks DSX-5000/8000, Ideal Networks, Softing NetXpert, entre outros.
Principais Normas de Certificação de Redes
As normas técnicas que regem a certificação de cabeamento estruturado são:
- ANSI/TIA-568-C/D: Especifica parâmetros para cabeamento em ambientes comerciais.
- ISO/IEC 11801: Norma internacional que define padrões de cabeamento para diversos ambientes.
- NBR 14565 (ABNT): Versão brasileira adaptada da norma TIA/EIA.
Estar em conformidade com essas normas é essencial para garantir qualidade e compatibilidade com equipamentos modernos.
Entendendo os Resultados do Certificador
Ao finalizar uma certificação, o técnico recebe um relatório com diversos parâmetros técnicos. Um resultado “Pass” (aprovado) não basta: é preciso entender o que cada item representa.
Principais Parâmetros Avaliados
A seguir, explicamos os principais itens verificados pelo certificador e o que cada um significa:
- NEXT (Near-End Crosstalk): Mede a interferência entre pares próximos. Alta interferência indica problemas na crimpagem ou conectores mal encaixados.
- PSNEXT (Power Sum NEXT): Soma das interferências de todos os pares. Mais sensível e crítico em ambientes com muitos cabos.
- Return Loss: Reflete perdas de sinal por reflexões. Pode indicar cabos dobrados ou terminações inadequadas.
- Attenuation (Atenuação): Mede a perda de sinal ao longo do cabo. Quanto maior a distância, maior será a atenuação.
- Propagation Delay (Atraso de Propagação): Tempo que o sinal leva para percorrer o cabo. Crucial para sincronização em redes gigabit.
- Delay Skew (Desvio de Atraso): Diferença entre o tempo dos sinais em diferentes pares. Deve ser mínimo para evitar erros em transmissões de alta velocidade.
- Wire Map: Verifica continuidade e ordenação dos pares. Identifica curtos, circuitos abertos e pares trocados.
Erros Comuns na Interpretação dos Resultados
Muitos técnicos apenas verificam o “PASS” ou “FAIL”, sem analisar os detalhes. Isso é um erro grave. Um cabeamento pode passar no limite mínimo, mas apresentar valores que comprometem a performance.
Dicas:
Sempre verifique margens de segurançanos parâmetros.
Analise o gráfico do teste NEXT para verificar onde ocorrem interferências.
Avalie o histórico de certificações para detectar tendências de falhas na instalação
8. Benefícios da Certificação Correta
- Redução de retrabalho e chamados técnicos
- Aumento da confiabilidade da rede
- Validação do serviço perante o cliente
- Maior vida útil do cabeamento
- Conformidade com normas de qualidade
Instalações certificadas agregam valor ao serviço e aumentam a confiança do cliente.
Quando e Com Que Frequência Certificar?
- Antes de liberar o ambiente para operação
- Após qualquer manutenção ou troca de cabeamento
- Periodicamente, como parte de contratos de manutenção
Grandes empresas exigem a certificação como requisito para pagamento de contratos. Portanto, o processo deve ser documentado e arquivado corretamente.
Certificação x Teste de Continuidade: Diferenças Cruciais
Teste de Continuidade: Apenas verifica se o sinal “passa” de um ponto ao outro. Útil para testes rápidos, mas ineficaz para identificar interferências, perdas ou limitações de banda.
Certificação: Avalia todos os parâmetros elétricos exigidos pelas normas. Garante desempenho e compatibilidade com gigabit e futuras aplicações.
Certificadores Homologados no Brasil: Quais Usar?
Algumas marcas são reconhecidas pela qualidade e homologação da Anatel:
- Fluke Networks (DSX-5000 e DSX-8000)
- Ideal Networks
- Softing IT Networks
- TREND Networks
Esses equipamentos garantem precisão nas medições e confiabilidade nos resultados.
Certificação em Redes CAT5e, CAT6 e Fibras Ópticas
Cada categoria possui limites específicos que devem ser respeitados:
- CAT5e: Suporta até 1 Gbps, com limites menores de NEXT e Return Loss.
- CAT6: Suporta até 10 Gbps em distâncias de até 55 metros, com exigências mais rigorosas.
- Fibras Ópticas: Requer certificadores ópticos que medem atenuação, perdas por emenda e qualidade dos conectores.
O técnico precisa selecionar o plano de teste correto para cada categoria.
Como Garantir que o Projeto Atenda às Normas TIA/EIA
- Use cabos e conectores com certificação Anatel e ISO.
- Respeite as distancias máximas (90m para LINK PERMANENTE e 100m para CHANNEL)
- Evite curvas excessivas e dobras nos cabos.
- Utilize canaletas, eletrocalhas e infraestruturas adequadas.
- Execute a crimpagem conforme padrões T568A ou T568B.
- Selecionar o tipo de teste:
a)- Conforme a categoria do cabo (Cat5e, Cat6, CAT6A)
b)- Tipo de teste a ser executado LINK PERMANENTE – CHANNEL
- Utilize o acessório (cabeçote) de medição conforme o tipo de teste
Relatórios de Certificação: Como Usar na Prática
O relatório gerado pelo certificador pode ser usado para:
- Comprovar a qualidade da instalação ao cliente.
- Documentar garantias de fabricante.
- Servir como base para manutenção futura.
- Agregar valor ao portfólio do instalador.
Plataformas como o LinkWare (Fluke) permitem organizar e armazenar os relatórios digitalmente.
Conclusão: Profissionalismo e Confiabilidade na Palma da Mão
Saber utilizar um certificador de rede é básico para qualquer técnico. Mas saber interpretar os dados que ele apresenta é o que separa o profissional do amador. Este conhecimento evita dores de cabeça, garante desempenho e mostra ao cliente que ele pode confiar no seu serviço.
A Megatron oferece cabos e acessórios que atendem às normas internacionais de qualidade, sendo ideais para instalações de alto desempenho. Combine materiais certificados com processos bem executados e documentados e você terá uma rede confiável, duradoura e profissional.